Sucesso de Snyder Cut aumenta pressão por novas versões de heróis

Written by on 6 de abril de 2021

Os chamados “cortes do diretor” não são exatamente uma novidade no mercado cinematográfico. Clássicos como O Exorcista (1973) e Blade Runner (1982) ganharam novas versões sob a perspectiva criativa que seus cineastas imaginavam para as obras e abriram as portas para novos lançamentos de diversos longas. Recentemente, após deixar a produção em andamento por conta de problemas familiares, Zack Snyder mobilizou seus fãs e dos quadrinhos da DC Comics e, após quatro anos, conseguiu lançar sua versão de Liga da Justiça (2017) no HBO Max. Apesar de ter dividido a crítica, o Snyder Cut foi um sucesso de público e bateu recorde de vendas.

Com um mercado bastante inflacionado – principalmente pelo imenso sucesso da Marvel nos cinemas – os diretores de filmes de heróis são os que mais tem buscado apoio dos internautas para conseguirem lançar novas versões de seus filmes. O principal deles é David Ayer, cineasta responsável por Esquadrão Suicida (2016).

Com diversas críticas negativas, os fãs se movimentam nas redes sociais desde a estreia do longa para um novo lançamento. O diretor, inclusive, já busca um relançamento de Esquadrão Suicida desde que surgiram os primeiros movimentos a favor da divulgação do Snyder Cut, mas, após o sucesso do colega de Warner/DC, o cineasta aumentou o burburinho para a divulgação de seu corte do longa.

Em entrevista recente à revista Entertainment Weekly (EW), Ayer se mostrou confiante para um possível lançamento do “Ayer Cut”. “É frustrante porque eu fiz um drama realmente sincero e ele foi feito em pedaços. Eles tentaram transformá-lo em Deadpool, o que simplesmente não era para ser”, disse.

Força das redes sociais

Apesar da Warner Bros. já ter passado o comando do projeto para James Gunn (Guardiões da Galáxia) – veja o trailer do reboot – os fãs continuam esperançosos para um possível Ayer Cut nos moldes de Liga da Justiça, no HBO Max, e fizeram diversas campanhas nos últimos dias – o que pode surtir efeito de acordo com o pesquisador da Universidade Católica de Brasília (UCB) Alexandre Kieling.

“O que há de novo nesse frenesi dos fandoms? É a velocidade de interação entre eles e as estruturas de produção cinematográficas em razão das mídias e das redes sociais. As produtoras usam de todas as estratégias para engajar seus públicos e as novas tecnologias”, afirma.

Segundo o especialista, esse fenômeno aumenta a pressão imediata sob os estúdios. Ele explica que a indústria sempre soube lidar com esse comportamento, mas que ainda precisa aprender a negociar neste novo formato das redes sociais. “Na cultura da participação, os fandoms se sentem parte do processo. As produtoras chamaram o público para dançar e agora não podem mais suspender o baile. A interação e participação não tem volta”, encerra.

Fonte: Metrópoles

Foto: Divulgação


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