Novas abordagens terapêuticas querem reprogramar as células para que rejuvenesçam

Written by on 18 de maio de 2021

Como fecho para as colunas dedicadas ao Longevity Leaders Virtual 2021, uma rápida visão do futuro: as novas abordagens terapêuticas não pretendem apenas retardar o envelhecimento, e sim revertê-lo. É o que propõe o cientista Jay Sarkar, cofundador da startup Turn.bio, detentora da tecnologia ERA (epigenetic reprogramming of age), que reprograma as células para que rejuvenesçam. Mas como?

Vamos navegar um pouco nos mares da ciência: RNA, a molécula que carrega a informação genética do DNA, é essencial para a síntese de proteínas. O mRNA é um dos tipos de RNA e seu papel de mensageiro ganhou as manchetes durante a pandemia porque foi o segredo da vacina da Pfizer contra a Covid-19: em vez de inserir o vírus inativo ou atenuado, ele é capaz de ensinar as células a sintetizar uma proteína que estimula a resposta imunológica.

Jay Sarkar, cofundador da startup Turn.bio, detentora de tecnologia que reprograma as células para que rejuvenesçam  — Foto: Divulgação

Jay Sarkar, cofundador da startup Turn.bio, detentora de tecnologia que reprograma as células para que rejuvenesçam — Foto: Divulgação

Sarkar está utilizando essa “habilidade” do mRNA para provocar o rejuvenescimento de uma célula ou tecido. “Na verdade, isso é o que acontece naturalmente na procriação. Dois seres humanos mais velhos geram um bebê que é uma versão mais jovem do seu material genético. Portanto, não se trata de algo que o organismo desconheça”, tenta descomplicar, afirmando que se trata de processo semelhante: o velho se transformando em novo.

Com o envelhecimento, as células acumulam defeitos e suas funções se degradam. Através da tecnologia ERA, o mRNA é encapsulado e transladado para células específicas, com “instruções” para reparar determinado dano. Por enquanto, são experiências em fase pré-clínica, isto é, realizadas em laboratório, numa parceria com a Universidade de Stanford. No entanto, têm potencial para corrigir problemas oftálmicos e dermatológicos e osteoartrite, como Sarkar detalhou em artigo publicado na revista científica “Nature”. É importante esclarecer que a reprogramação epigenética está relacionada a uma intervenção na funcionalidade dos genes, como se tivéssemos botões de liga e desliga no organismo. Ela não muda, nem manipula o DNA, ou seja, não altera a sequência do genoma.

Fonte: G1 / bem estar

Foto: Divulgação /A conversation with Jay Sarkar.


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